quarta-feira, 25 de abril de 2012

Projeto atingirá o crédito imobiliário e os depósitos FGTS

Possíveis mudanças importantes na poupança, FGTS e crédito imobiliário:
http://www.ecofinancas.com/noticias/projeto-atingira-credito-imobiliario-depositos-fgts
Brasília – A determinação da presidente Dilma Rousseff de mexer nos rendimentos da caderneta de poupança para facilitar a queda da taxa básica de juros (Selic) dos atuais 9% para até 8% nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) implicará mudanças em outros pontos sensíveis: o financiamento da casa própria e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). As razões são claras. O crédito imobiliário para a classe média é bancado exclusivamente pelos depósitos na caderneta. De cada R$ 100 aplicados na mais tradicional modalidade de investimentos do país, no mínimo, R$ 65 devem ser obrigatoriamente destinados à casa própria. Além disso, as prestações são atualizadas pela Taxa Referencial (TR), que também corrige os recursos da poupança.
Pelos dois projetos preparados pelo Ministério da Fazenda, para alterar o ganho da caderneta, a TR será extinta. É aí que entra o FGTS. Por lei, o dinheiro dos trabalhadores é remunerado em 3% ao ano mais a TR. A tendência é de que os depósitos feitos pelas empresas passem a ter somente a taxa fixa, compatível, no entender de técnicos da equipe econômica, com a nova realidade de juros no país. “Todos terão de dar a sua cota de sacrifício, pois se ganhará de outro lado, com a diminuição dos juros dos empréstimos e financiamentos”, diz um assessor do Palácio do Planalto. “Não se pode esquecer que a possível diminuição do rendimento da caderneta e do FGTS será depois da vírgula. Já nos juros do crédito, o impacto é bem maior. Assim, a economia com as prestações cobrirá qualquer perda de rentabilidade”, acrescenta. Ele lembra que será esse o discurso difundido pelo governo para convencer a população de que está “fazendo o melhor para o país” e não um confisco da poupança, como houve em 1990, no governo Collor.
O Palácio do Planalto acredita que terá boas notícias a dar à classe média, que tanto preserva o patrimônio na poupança e recorre aos financiamentos habitacionais. Se a remuneração da caderneta diminuir um pouco e a TR for extinta, os juros cobrados no crédito imobiliário também poderão cair. “É com essa realidade que estamos trabalhando”, afirma um técnico do Ministério da Fazenda. A seu ver, tudo está apontando para o governo pôr fim ao entulho que ainda resta no mercado financeiro , ou seja, a indexação decorrente dos tempos de hiperinflação. “A TR é um deles”, acrescenta.
Distorção Para o economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do Banco Central, as mudanças propostas pelo governo são bem-vindas. Mas para que realmente a população tire proveito delas é preciso que, efetivamente, a taxa básica caia e permaneça em um patamar baixo por um longo período. E isso exige um controle efetivo da inflação . “Se os ganhos da caderneta forem realmente atrelados à Selic, como estão dizendo, em um momento de elevação dessa taxa os ganhos da poupança vão aumentar assim como as prestações da casa própria”, ressalta.
Na sua avaliação, o debate sobre mudanças na estrutura de um sistema financeiro criado para conviver com uma inflação alta é importantíssimo. Mas, a seu ver, o governo deveria propor as alterações somente a partir do segundo semestre, quando, efetivamente, os consumidores terão a exata noção se o prometido corte de juros pelos bancos públicos e privados é para valer.

Trégua ao FMI
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aplaudiu ontem o compromisso anunciado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de fazer reformas para ampliar o peso político dos emergentes no organismo. “É do jeito que nós queremos”, disse. Mas ele disse que não revelará o tamanho da contribuição do Brasil em um futuro aporte de recursos ao Fundo. O FMI tinha informado que levantou mais de US$ 430 bilhões junto a seus membros, sendo US$ 362 bi garantidos pelo Japão e países europeus.
Abs

4 comentários:

Anônimo disse...

Para se desindexar a economia, primeiramente o governo deveria reduzir a inflação no preço dos serviços, que esse ano vai girar em torno dos 8%.

A queda da SELIC por enquanto é meramente passageira. Tirar a TR do FGTS é confisco, nessa que já é uma poupança imposta ao trabalhador.

Aumentar o crédito imobiliário hoje, é jogar gasolina na fogueira.

Melhor seria que o governo parasse de esconder o absurdo de dinheiro que está gastando. Taí uma maneira consistente de reduzir a inflação e beneficiar o consumidor. Mas isso ele não vai fazer não.

Abraços,


Rafael Monteiro

Jose disse...

Andre, eu ja disse isso ha mais de um ano, mas vou repetir...

se essa queda dos juros (principalmente o real) vier pra ficar (o que eu nao acredito, mas...) ai que a bolha pode aparecer mesmo (pra mim nao existe, ou melhor existe de tudo, carro, roupa, tenis, como esses nao vao cair, o imovel tb nao)...

ai pode COMECAR a complicar as coisas aki... abs

Anônimo disse...

fim da TR poderia significar fim da atualização monetária do financiamento IMOB, ou passariam a outro índice ?

as ultimas noticias sao lenha na fogueira:

- reducao de juros ao fina imob
- possivel eliminacao da TR e o consequente fim do ajutes monetaria do servico da divida imob

parece q o governo estah abrindo a caixa de pandora.

jose disse...

de certa forma ja nao existe atualizao monetaria propriamente dita no financiamento imobiliario, haja vista que a TR tem sido 1%-2%.

o fim da TR so baratearia mais o financiamento.

supondo um financiamento de 30 anos, 1% a menos na taxa de juros equivale a 8% a mais de valor "a pegar" mantendo a prestacao constante.