terça-feira, 15 de novembro de 2011

Estadão: Financiamento de 25 a 30 anos é mais procurado

Reportagem antiga (jan/2011), mas com dados relevantes:

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,financiamento-de-25-a-30-anos-e-mais-procurado,53153,0.htm


SÃO PAULO - Muitos têm essa dúvida: em quanto tempo financiar um imóvel, em 15, 20 ou 30 anos? Se você, leitor, faz parte dos que estão se decidindo por financiamento no prazo de 25 a 30 anos, por exemplo, você fará parte dos 55,1% que escolheram esse limite ao contraírem empréstimo na Caixa - instituição que detém 70% dos financiamentos imobiliários no País -, pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Esse número representa a consolidação do fenômeno que surgiu em 2007, quando o tempo de financiamento imobiliário se estendeu até 30 anos.
Segundo o gerente regional de Habitação e Construção Civil da Caixa, Nedio Henrique Filho, desde então um número cada vez maior de pessoas vem optando por ampliar o prazo de pagamento. Dados do banco - que financiou mais de R$ 70 bilhões em imóveis em 2010 - mostram que, em 2005, o prazo médio dos optantes pelo SBPE (famílias de renda média alta e alta renda) era de 180 meses, ou 15 anos. Já em 2010, o prazo médio subiu para 25 anos.
O mesmo fenômeno ocorreu para quem usou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS (famílias de baixa e média renda), com financiamento pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Em 2005, o prazo médio para compra a prazo era de 10 anos. Em 2010, pulou para 20 anos.Pelo FGTS, 73,8% dos que obtiveram crédito optaram por quitá-lo no período de 20 a 25 anos.
"Há forte tendência de ampliação do prazo médio de amortização dos imóveis", diz Henrique Filho. "O cenário começou a mudar em 2007/2008 com o aumento da oferta de crediário, da produção de imóveis e a extensão do prazo de financiamento para até 30 anos. Outro fato importante é a crescente participação de mutuários abaixo dos 35 anos no número de contratos de compra."
Se em 2000 esse grupo adquiriu pela Caixa apenas 0,1% dos imóveis com valores entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, o número pulou para 3,5% entre janeiro e maio de 2010 (somente esse período estava disponível pelo banco até sexta-feira). Já na faixa dos imóveis com valores de R$ 80 mil a R$ 130 mil, o porcentual dos financiamentos subiu 15 vezes: em 2000, esses clientes somavam 1,2% e, no ano passado, atingiram 16%. No total dos imóveis financiados, a participação dos mutuários de até 35 anos passou de 51% em 2000 para 56,9% em 2010.
Prestação. O grupo dos acima de 35 anos, por sua vez, sofreu queda de participação, embora não tenha ocorrido de maneira ininterrupta. Desde 2001, sua participação (49%) passou a registrar queda até 2006 (45%). No ano seguinte, recuperou-se e foi para 46,2%. Em 2008, porém, voltou a cair e, no ano passado, foi para 43,1%. "Numa economia estável e boa oferta de crediário, pessoas mais jovens criam coragem e fazem financiamento", diz.
A escolha por prazos maiores para a amortização da dívida, conclui o executivo da Caixa, tem relação direta com o valor das prestações. Quanto mais anos para pagar, mais diluído fica o pagamento e, por consequência, as prestações são mais baixas. "Em uma comparação livre, o mesmo se dá quando as pessoas escolhem comprar uma geladeira, TV ou automóvel em muitas prestações", diz o gerente regional da Caixa.
"No caso da nossa instituição, a taxa de juros é a mesma tanto para quem faz um financiamento em cinco anos quanto para quem faz em 30 anos. Em compensação, os juros vão rolando em cima do valor da dívida, e a pessoa acaba pagando mais quanto maior o número de anos de financiamento", diz o executivo.
Abs

18 comentários:

Me disse...

Esse financiamento prolongado que me intriga. Tudo bem que as parcelas mais suaves facilite o pagamento. Mas em 20, 30 anos, muita coisa acontece, não?

Aliás já vi alguns argumentos dizendo que as facilitações e segurança do longo prazo são falaciosas. Será que o jose saberia explicar melhor isso?

Frank disse...

<"Em uma comparação livre, o mesmo se dá quando as pessoas escolhem comprar uma geladeira, TV ou automóvel em muitas prestações", diz o gerente regional da Caixa.>

Bom, esse comentário é meio acaciano.

mas uma coisa q impressiona é q a prestação não se altera significativamente de - digamos - um prazo de 25 para 30 anos.

Me disse...

Vocês viram os videos no trading café sobre bolha imobiliária? O que acharam?

Anônimo disse...

decifra-me ou te devoro

www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/indicadores_sociais_municipais/indicadores_sociais_municipais.pdf

atenção para os graficos de pen

Anônimo disse...

não vi se foi:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/indicadores_sociais_municipais/indicadores_sociais_municipais.pdf

Jose disse...

Concordo com o Frank que muda pouco tomar $$ por 25 ou 30 anos.
para cada 100k a diferenca eh de 30 60 reais...

Agora eu nao sei me... o pais eh novo(nao me fale de Brasil antes de 1994)e tudo mais nele esta muito novo, nao temos historico das coisas. Mas se nada mudar (o que ja eh uma FORTISSIMA suposicao), daqui a 15 anos essas prestacoes serao pó...

talvez quem esteja comprado com esses prazos pense assim... ou nao, eh o que da mesmo, agora de novo, nao podemos ser mais real que o rei... se nego compra carro com 5 anos de prestacao, nao podemos querer que compre IMOVEL em 10 ne?

financiamento imobiliario eh de longo prazo mesmo...

se algo me garantisse (deveria estar garantido ne, mas sabemos como funciona as coisas aki) eu tomava um financiamento em TR por 30 anos MOLE!!!! de olho fechado...

mas com essas incertezas do nosso Brasil... complica

off topic: juros das ntnbs (ou seja o juros real) de longo prazo estao DESPENCANDO!!!!! isso eh um chamariz pra deter ativo real (por exemplo imovel)... fique de olho

Andre disse...

Não só das NTN-B's, todos os titulos estão despencando, as LTNs estão pagando 10% só... Abaixo até da propria Selic.

Já foi 13% há pouco tempo.

Abs

jose disse...

mas andre, o juros nominal nao serve pra muita coisa pq essa queda poderia ser acompanhanda de uma queda na expectativa de inflacao, e ai o juros real (QUE EH O QUE IMPORTA) naao cairia...

mas com a queda do juros nominal e a manutencao da projecao da inflacao (o que "nao deveria ocorrer") os juros reais estao despencando..

so pra ilustrar: na crise qd os juros foram @ 8,75%, os juros reais longos ficaram mais de 1% de onde estao agora com o juros @ 11% ... entendeu meu ponto? estao em niveis de juros reais de longo prazo nunca visto... e isso facilita compra de ativo real.

Andre disse...

É isso mesmo, juros nominais despencando, inflação alta (e expectativa que continue), os juros reais despencam.

Abs

jose disse...

e isso sim eh chamariz pra bolhas..

vc sabe minha opniao sobre se estamos ou nao numa bolha imobiliaria (beeem diferente se o preco esta alto ou nao), mas o que o governo esta fazendo, querendo estimular mais consumo, nao ajuda em nada quem acha que a bolha ta estourando ou vai estourar...

Anônimo disse...

isso aí que vcs estão falando é o canto da sereia

com inflação alta tudo despenca

a magica já foi tentada inumeras vezes e em todas deu merda.

fosse assim, todo mundo, até quem tem dinheiro p pagar a vista se alavancaria pra comprar imovel

Imaginem a distorção que causaria no mercado, o caos. Vcs devem ser meio novos pra nao saber como foi.

Me disse...

Rs... "Porque no meu tempo..."

jose disse...

eh.. antigamente nego nao comprava carro, iphone, ia pra miami... acho que o mundo mudou ne? quem nao quer enxergar vai morrer teimoso...pq se for levar o passado e a serio, eh melhor ir pro supermercado e comprar tudo de comida..a gente so ve mudanca onde quer ne? onde nao quer fica na teimosia... faz parte...

andre,

pensa no efeito desse juros real baixo... com juros reais de longo prazo em 5,5%, o mensal eh 0,45%... quase o ratio do aluguel/preco... isso quer dizer que:

quem ta com o $$ guardado e pensa que ta pagando o aluguel com o retorno do $$, NAO ESTA NAO... ele ta ganhando 0,45% real e ta pagando 0,30%/0,40%...

nao adianta olhar quanto ta ganhando nominalmente, pq a inflacao ta comendo e o que ele ta ganhando ta indo pro aluguel e só. (detalhe nao to nem botando ganho liquido)

se isso persistir vejo duas hipoteses: mais gente comprando imovel ou essa taxa aluguel/preco caindo mais....

Anônimo disse...

0,45 de ratio aonde???

eu mesmo pago 0,25 de ratio e caindo num bairro emergente, imagina no resto. 0,25 são 35 anos. Dá tempo do centro da cidade se deslocar pra outro bairro nesse período.

os mesmos velhos que conheceram a hiperinflação são os que hj não vendem imovel por dinheiro nenhum.

portanto

o mundo mudou sim, mas foi na contra mão do que vcs estão torcendo pra ser.

sem falar nas oportunidades que estão perdendo. Se fosse bom assim, investiria-se nos FIIs ou qualquer outra sigla do mercado.
Inflação só é bom pro dono da impressora, só.

ou vc acha mesmo que existe milagre? papai noel?

Se não for via informação privilegiada ou pura sorte, todo mundo está na mesma. Imovel hoje tem altissimo risco e crescente. Diga-se os donos de construtoras, imobiliarias e afins.

Anônimo disse...

vcs deviamler o que vcs mesmo recomendam

BR seria o unico caso de decadencia antes do auge:

Do drunk

8. O Japão é o caso mais antigo de aplicação de “afrouxamento quantitativo”, e talvez sirva como mapa do que pode ocorrer com o EUA, Reino Unido e Zona do Euro daqui para frente. O Banco do Japão pratica juros zero desde 1999 e anunciou pela primeira vez um programa de compra de títulos em 2001, tentando combater um cenário de risco de deflação que persiste até hoje. Desde o estouro da bolha de crédito (com reflexos no Nikkei e no mercado imobiliário), em 1990, o desempenho da economia e das empresas tem sido, no melhor dos casos, medíocre. Nesse tempo, a dívida bruta do país passou de 68% para 245% do PIB. Apesar disso, o Japão segue sendo rico (com desemprego baixo / alta renda per capita), e, paradoxalmente, os juros longos seguem em patamares muito baixos (menos de 1%, para títulos de 10 anos) e o iene bastante valorizado.

No caso japonês, o equilíbrio depende de uma grande capacidade de gerar superávits externos, que afasta qualquer possibilidade de crise cambial e seus efeitos (muito conhecidos por aqui). Além disso, é necessário que os poupadores japoneses mantenham o dinheiro no país, e que a sociedade tenha aprendido a viver com baixa mobilidade social e total simbiose entre empresas e bancos com o governo. Convém também não pensar muito no futuro, sobretudo nas próximas gerações. Não há a menor perspectiva de que a situação fiscal do país melhore ou que as empresas sejam capazes de voltar ao lucro, e os cidadãos parecem estar razoavelmente bem com isso.

Sem pensar muito, dá para imaginar que esse modelo seria benvindo em muitos países da Europa: enriquecemos, tivemos poucos filhos e podemos nos dedicar a uma decadência lenta e razoavelmente opulenta. A Itália, por exemplo, tem uma demografia muito parecida com a do Japão: alta expectativa de vida (77 anos para homens, 83 para mulheres), baixa fertilidade (1,4 filho por mulher), população decrescente (deve cair até 2015) e envelhecida (idade média da população de 42 anos, só mais baixa no mundo que a do Japão). Diferenças regionais à parte, imagino que, se perguntado, o italiano médio escolheria “progredir de vez e virar japonês”, como já profetizava o Ultraje a Rigor. Entretanto, essa decisão não é possível, com a limitação evidente do país nas contas externas. A Itália tem conta corrente deficitária desde 1999, com tendência de mais deterioração. A garantia de moeda estável e pouco risco inflacionário, nessa situação, depende da permanência do país na Zona do Euro; uma nova lira (que equilibraria a conta corrente) provavelmente seria, periodicamente, desvalorizada e atacada, o que estragaria o sonho do dolce far niente.

Me disse...

Anônimo, me desculpe, mas eu não entendi nada do penúltimo comentário... Qual é seu ponto.

jose disse...

stopei. chega.
vlw

Anônimo disse...

meu ponto é
inflação alta é um veneno

por um pouco de prazer momentaneo,
mata o corpo.

a alta do interesse na compra do imóvel é uma ilusão matemática que não vai virar realidade.

o post seguinte dá um exemplo recente.

no longo prazo automoveis e imoveis não são bons investimentos, pelos mesmos motivos. Exceto se o seu ativo estiver na linha de expansão urbana, neste caso melhor comprar sitios do que casas